quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

#V - Ville Belleville

José acordou assustado agarrado à cicatriz em forma de relampâgo que tinha na testa. A tia Petúnia estava a bater nas escadas, chamando-o para o pequeno almoço. Os pais tinham morrido num acidente de automóvel...

José acordou assustado, caindo da sofá, onde adormecera a ler. A história do casarão Ville Belleville deixara-o exausto. Instintivamente levou a mão à testa. Não sangrava, nem tinha nenhuma marca aparente. Espreguiçando-se e estalando, José apagou a televisão e levantou-se. Tinha fome.
Subitamente ("como sempre", resmungou José) algo despertou a sua atenção. A janela da sala espalhava-se em pedaços afiados pelo chão. Varreu com os olhos a sala, à procura de qualquer coisa que explicasse o vidro partido. Não teve de procurar muito. Junto à janela, estava um tijolo embrulhado numa folha de jornal. José desembrulhou-o.
O tijolo era normalíssimo, à excepção de um pequeno padrão de ondas que o atravessava ("será...Ville Belleville?"). Mas o jornal, o jornal despertou-o definitivamente (mais do que o vidro que acabara de pisar). Era de Agosto de 1939.

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